Quem sou eu

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Quem sou eu? Ainda não sei. Tô tentando descobrir. SE descobrir, aviso.

sábado, 19 de maio de 2012

a saga do carrapato parte II - lança-chamas

Vou atrás do tal artefato na loja de produtos agrícolas. É uma espécie de espingarda com um cano que deve ser acoplado a um bujão de gás. Até ai, tudo bem! Mas como  a miss asfalto aqui vai carregar o bujão do fogão até o canil???? Deve ter um outro jeito, penso. Ah... sim.. claro, aqueles bujões pequenininhos que se usa em acampamentos. Ligo para todos os entregadores de gás. Não, dona, esse trem não existe mais. Se a senhora encontrar um emprestado, pode trazer aqui que a gente enche. Lá vou eu torrar o saco de novo dos conhecidos. Encontro uma alma boa que me traz o tal bujãozinho. Mando carregar. E tiro uma linda manhã de sábado para perpetrar a minha batalha final contra os carrapatos. Na hora  "h", decepção: o bocal do lança-chamas não encaixa no bocal do bujãozinho. Caraca! É quando olho em volta da lavanderia e o que vejo??? Mini-carrapatinhos instalados a um passo da porta da cozinha. Alerta máximo! Se eles entram em casa, tô perdida!. Decido então enfrentar o meu pavor de mexer com gás e mando ver. Cato o bujão grande, do fogão mesmo, leio a bula da "arma" e rezando, resolvo usá-la. Tudo ajustado, vem a parte, mais emocionante. Tem de ligar o gás e acender a chama com  isqueiro. Mais reza..... Dá um medo desgraçado, porque, durante o dia, a gente não vê o fogo, só ouve o barulhão: vruuuuuuum. Mando bala, no teto, nas frestas da porta, em tudo que é pontinho preto. Som de fritura. E eu , firmona, arma na mão. Venci! Deu 1 a 0 para mim no confronto com os carrapatos. Concluo que a natureza é linda, mas pode encher o saco, às vezes.

a saga do carrapato parte I - O espanto

A miss asfalto aqui tá um dia olhando os cachorros brincando e no pelo de um deles aparece uma coisa esquisita. Vou lá ver: uma bolinha. Credo! O que é isso? Puxo e ela estoura. Sangue... argh! Olho de novo e mais uma. E mais outra. Uma infinidade delas. Até que cai a ficha! A tal bolinha tem nome : carrapato! Desespero. Como é que  se  dá fim nisso, gente? Corro pegar uma luva cirúrgica e volto à caça. Tem uns que são chatinhos, cheios de perninhas e outros estufadinhos. Penso que os da primeira categoria são os carrapatos-bebês, que depois de se fartarem com o sangue dos meus cachorros estufam e viram a tal bolinha. Comento com os conhecidos que têm mais experiência com a vida rural e fico sabendo que os chatinhos cheios de perninha são os tais carrapatos-estrela e os outros os carrapatos bolinha. Pior! Não basta arrancá-los do bicho e pisar neles. Cada vez que a gente estoura um, eles proliferam justo pelo sangue. Ah... tá! E aí? Aí que é preciso queimá-los. Junto tudo, jogo álcool e taco fogo nos parasitas. Mas pensa que isso basta? Nada! Precisa olhar pelas paredes e reentrâncias do canil e adjacências para ver se eles não infestaram o local. Bingo! Tava "assim" de carrapato! Solução drástica: desinfecção com lança-chamas. Que trem é esse?

 

domingo, 13 de maio de 2012

um amor ampliado

"No Ocidente, temos um dia por ano que dedicamos às mães mas, como budistas, todo o nosso caminho começa com a nossa mãe. Devemos criar as causas e condições para retribuir a bondade dela por nos ter dado a vida, nos ter protegido, nos ter educado e ter compartilhado tudo o que ela tinha conosco. E a partir daí, devemos buscar todos os outros seres. Todo ser, toda pessoa, todo animal, foi bondoso e amoroso com você em vidas anteriores. Tão bondoso e amoroso como sua própria mãe. Nossa moralidade como budistas é cuidar deles com amor, compaixão e sabedoria, retribuir a bondade de nossa própria mãe em primeiro lugar e, depois, a de todas as outras mães. Até que todos estejam livres do sofrimento, até que todos alcancem a iluminação."

Lama Tsering Everest


(extraído do ensinamento concedido em 09/05/2010 no Templo Odsal Ling) Foto: John Swearingen

sábado, 12 de maio de 2012

SOMOS ASSIM, E PONTO!


MÃE É UM SER ESTRANHO
Texto de Hilda Lucas
Mãe é aquele ser estranho, louco, capaz de heroísmos, dramas e breguices com a mesma fúria.
Paga mico, escreve carta para Papai Noel,
se faz passar por fadinha do dente, coelho da Páscoa, cuca, pede autógrafo para artistas deploráveis, assiste a programas, peças, shows
horríveis, revê milhares de vezes os mesmos desenhos animados, conta as mesmas histórias centenas de vezes, vai pra Disney e A D O R A!
Mãe faz escândalo, tira satisfação com professor, berra em público, dá vexame, deixa a gente sem graça, compra briga, é espaçosa, barulhenta,
tendenciosa, leoa, tiete, dona da gente.
Mãe desperta extremos, ganas, irrita, enlouquece, mas… É mãe.
Mãe faz promessa, prestação, hora extra, pra que a gente tenha o que é preciso e o que sonha. Mãe surta, passa dos limites, às vezes até bate, diz coisas duras.
Mãe pede desculpas, mortificada…
Mãe é um bicho doido, louco pela cria.
Mãe é visceral! Mãe chora em apresentação de balé, em competição de natação, quando a filha menstrua pela primeira vez, quando dá o primeiro beijo, quando vê a filha apaixonada no casamento, no parto…
Xinga todo e cada desgraçado que faz os filhos sofrerem, enlouquece esperando eles chegarem da balada, arranca os cabelos diante da morte…
Mãe é uma espécie esquisita que se alterna entre fada e bruxa com uma naturalidade espantosa.
É competente no item culpa e insuperável no item ternura,
mas pode ser virulenta, tem um lado B às vezes C, D, E… Mãe é melosa, excessiva, obsessiva, repulsiva, comovente, histérica, mas não se é feliz sem uma.
Mãe é contrato irrevogável, vitalício instransferível!
Mãe lê pensamento, tem premonição, sonhos estranhos.
Conhece cara de choro, de gripe, de medo, entra sem bater, liga de madrugada, pede
favor chato, palpita e implica com amigos, namorados, escolhas.
Mãe dá a roupa do corpo, tempo, dinheiro, conselho, cuidado, proteção.
Mãe dá um jeito, dá nó, dá bronca, dá força.
Mãe cura cólica, porre, tristeza, pânico noturno, medos.
Espanta monstros, pesadelos, bactérias
mosquitos, perigos.
Mãe tem intuição e é messiânica: mãe salva.
Mãe guarda tesouros, conta histórias e tece lembranças.
Mãe é arquivo! Mãe exagera, exaure, extrapola.
Mãe transborda, inunda, transcende. Ama, desmama, desarma, denota, manda, desmanda, desanda, demanda.
Rumina o passado, remói dores, dá o troco, adora uma cobrança e um perdão lacrimoso.
Mãe abriga, afaga, alisa, lambe, conhece as batidas do nosso coração, o toque dos nossos dedos, as cores do nosso olhar e ouve música quando
a gente ri.
Mãe tem coração de mãe!
Mãe é pedra no caminho, é rumo; é pedra no sapato, é rocha; é drama mexicano, tragédia grega e comédia italiana; é o maior dos clássicos; é
colo, cadeira de balanço e divã de terapeuta…
Mãe é madona-mia! É Deus-me-acuda; é graças-a-Deus; é mãezinha-do-céu, é-mãe-minha-e-
eu-mato-quando-quiser; é a que padece no paraíso enquanto nos inferniza…
Mãe é absurda e inexoravelmente para sempre e é uma só.
Não há mistério maior!
Só cabe uma mãe na vida de um filho… E olhe lá! Às vezes, nem cabe inteira.
Mãe é imensurável!
Mãe é saudade instalada desde o instante em que descobrimos a morte.
Mãe é eterna, não morre jamais. Bicho estranho, entranha, milagre,
façanha, matriz, alma, carne viva, laço de sangue, flor da pele.
Mãe é mãe, e faz cada coisa…