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Quem sou eu? Ainda não sei. Tô tentando descobrir. SE descobrir, aviso.

quarta-feira, 28 de março de 2012

outra dos tempos de redação

Dois de uma vez!
Gerar e criar gêmeos é tarefa para mamães atentas e sensíveis.
Vera Magyar
No consultório, o médico, estetoscópio apoiado na barriga da gestante, ouve atentamente o batimento cardíaco do feto. De repente, o veredicto: "São dois corações!" O pai empalidece, a mãe chora, a vovó ameaça desmaiar. A cegonha pegou a turma de surpresa. E que surpresa! Claro que não é fácil encarar a criação de dois filhos de uma vez (isso se não forem três ou mais...), mas quem já passou pela experiência garante que não há outra igual. E essa "turma" de pais corajosos tem aumentado muito. Cada vez mais freqüentes nos últimos tempos, as gestações gemelares costumam ocorrer uma vez em cada 73 nascimentos de pessoas de raça não-branca e uma vez a cada 93 nascimentos de brancos, segundo estatísticas feitas nos Estados Unidos. Mulheres brancas com menos de 20 anos costumam ter gêmeos a cada 167 nascimentos. Quanto maior a idade, maior a probabilidade: aos 40, esse índice é de uma gestação gemelar para cada 55 nascimentos.
Claro que há de se considerar ainda outros fatores, como a hereditariedade ou os tratamentos médicos que visam combater a infertilidade e que têm resultado, com freqüência, em gestações gemelares. Mas, seja qual for o motivo, o que se sabe é que, desde a barriga da mãe, essas crianças cuja vida a natureza teceu ao mesmo tempo costumam se relacionar muito bem, aprender uma com a outra, criando uma espécie de sintonia muito rara entre os seres humanos.
Duas possibilidades de origem
A natureza produz dois tipos de gêmeos. Os univitelinos, também chamados de idênticos, são os que resultam da fecundação de um óvulo por um espermatozóide. Eles terão o mesmo sexo e serão exatamente iguais, daquele tipo que confunde todo mundo: mesma cor de pele, cabelos e olhos, mesmo fator sanguíneo, mesma constituição física.
Já os bivitelinos, ou gêmeos fraternos, resultam da fertilização de dois óvulos por dois espermatozóides. Podem ou não ser do mesmo sexo e ter ou não o mesmo tipo sanguíneo. E não se assemelham mais do que dois irmãos com a mesma idade.
Não há como saber de imediato, na hora do nascimento, se os gêmeos são uni ou bivitelinos. Mesmo que nasçam com o mesmo sexo, para ter um indício, o médico precisará analisar a placenta: se for uma só para os dois e se as membranas das duas bolsas fetais tiverem camadas finas é provável que sejam idênticos.
Mas se as placentas forem separadas e as membranas das bolsas fetais tiverem quatro camadas, é quase certo que sejam gêmeos fraternos. A resposta definitiva só virá depois de feito o teste que permite definir o tipo sanguíneo.


A probabilidade de uma mulher gerar trigêmeos é de uma a cada 6.400 gestações. Quadrigêmeos são mais raros ainda: um caso em cada 512 mil gestações. A incidência de gêmeos e trigêmeos aumenta consideravelmente nas gestações resultantes de estimulação ovariana.
Dois ginecologistas americanos, Gemzell e Roos, fizeram estimulação ovariana em 100 mulheres. Dos 43 procedimentos que resultaram em gravidez, 23 foram gemelares e 20 normais.
Repouso e atenção durante toda a gravidez
Uma gestação gemelar dura, em média, 21 dias a menos do que a gestação única. E costuma ser um pouco mais curta, ainda, quando ambos os gêmeos são meninos.
Quanto à gestante, terá de enfrentar incômodos sensivelmente maiores do que numa gravidez simples. Há mais queixas de falta de ar, varizes, hemorróidas, dificuldade para dormir e andar, inchaço acentuado das pernas. Sem contar o repouso absoluto, quase que obrigatório, a partir da 24ª- semana de gestação, e a dieta hipercalórica combinada com um rígido controle de peso, para a futura mamãe não engordar mais do que 12 a 15 quilos. Há ainda a indicação de consultas pré-natais e exames de sangue mais freqüentes, para controlar o possível risco de anemia e da diabete gestacional.
Outra particularidade da gestação gemelar é a precocidade dos sintomas: eles aparecem um mês antes e são mais intensos: aumento do útero, alteração na postura, desconforto abdominal e pélvico, dores na coluna, movimentação maior dos bebês.
Em 80% dos casos, o parto de gêmeos acontece por volta dos oito meses de gestação e, em tese, pode ser natural. A maioria dos gêmeos vem ao mundo com um intervalo de alguns minutos, mas, nos casos mais raros, pode acontecer de um nascer horas ou mesmo dias depois do outro.
Na maioria da vezes, gêmeos nascem com 2,5 a 2,7 quilos e um pesa mais que o outro. Entre os pares de gêmeos idênticos a diferença de peso é de mais de 400 gramas, enquanto que entre gêmeos fraternos é de menos de 200 gramas. Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos com mais de 100 mil pares de gêmeos resultou na seguinte contagem: 49.923 pares eram de meninos, 42.557 de meninos e meninas, e 40.848 de meninas.Parecidos mas não iguais
Dentro da barriga da mamãe, os dois irmãozinhos se acomodam como podem: geralmente um de cabeça para baixo e o outro, sentado. Eles constroem entre si um vínculo muito forte, desde o início da gestação, já que um sente a presença do outro e se estimulam mutuamente.
Há quem diga também que os gêmeos desenvolvem entre si uma forma muito especial de comunicação, que um sabe o que o outro pensa e o que sente, mas nada disso está provado cientificamente.
O que as mães de gêmeos são orientadas a fazer é apostar nas diferenças e não enfatizar as semelhanças entre os dois, já que ambos terão, com certeza, personalidade e temperamento diversos.
Preservar a individualidade dos gêmeos é uma tarefa que exige bastante sensibilidade. Passa pela escolha da roupa, de classes separadas na escola, mas também, e principalmente, pela observação atenta da personalidade e das necessidades específicas de cada um.
Tem aumentado o número de gestações gemelares e também o número de casais com dificuldade para gerar filhos: um em cada cinco. O que tem uma coisa a ver com a outra? Tudo! Porque a intervenção médica para estimular a ovulação ou fazer a inseminação artificial resulta num aumento de gestações desse tipo.
Foi o que aconteceu com Luciana, 24 anos, que só engravidou depois de tomar injeções para estimular as funções do ovário. O resultado foi o casal de gêmeos fraternos Rafael e Carolina. Durante a gestação, Luciana foi internada cinco vezes com risco de aborto e precisou fazer uma dieta especial para não engordar mais do que 15 quilos. "Durante a gravidez, quando eu falava com a menina, que estava do lado direito, sentada, ela se agitava e o menino ficava quietinho, como se estivesse enciumado", afirma ela.
Rosana, 31 anos, também fez tratamento para engravidar depois de quatro anos de casamento sem filhos. Engordou 20 quilos e teve de ficar de repouso a partir do terceiro mês. Resultado? Fernando, Guilherme, Gabriela e Alexandre. "As chances de uma gestação trigemelar ou quadrigemelar eram mínimas, me garantiu o médico. Mas olha no que deu..."
Uma só mãe e duas bocas para alimentar
Se já é duro agüentar o choro de um bebê faminto, imagine de dois. Além de paciência e perseverança em dobro, a mamãe de gêmeos vai ter de lembrar de alguns pontos importantes no período da amamentação.
É preciso, a todo custo, lutar para manter a tranqüilidade psicológica porque é disso que vai depender, também, a quantidade de leite que a mãe terá para oferecer aos filhotes. A agitação, o cansaço, a preocupação ou a ansiedade da mãe interferem negativamente na lactação e, como resultado, pode ser necessário complementar a alimentação com mamadeira. E uma vez descoberta a mamadeira, adeus peito...
Recomenda-se amamentar ambos os bebês ao mesmo tempo, trocando depois os dois de posição. Essa inversão é aconselhada pelos médicos para evitar que os bebês se acostumem a mamar de um só lado.
No caso de trigêmeos ou mais, um dos bebês vai ter, necessariamente, de ser amamentado com mamadeira. Não dá para fazer um rodízio entre eles porque aí podem, os três, se recusar a pegar o peito.
Se um dos bebês não aceita ser alimentado no peito, o jeito é amamentar um e ordenhar o seio para o outro.
Se os bebês permanecerem na UTI neonatal, a ordenha das mamas terá de ser feita de 8 a 12 vezes ao dia para estocar o leite que será depois oferecido a eles.
Em geral, bebês gêmeos desmamam antes do que os outros — por volta do terceiro ou quarto mês. Isso acontece, em parte, devido à própria agitação da mãe, que resulta na perda do leite.
Fontes: Toshio Arimori, ginecologista e obstetra; livro Gravidez, Nascimento e Planejamento Familiar, do Dr. Alan Guttmacher (Editora Bertrand Brasil).

nos tempos de redação 1

Editorial
Claro que é doído deixar o filho para ir trabalhar. Mas a gente aprende a conviver com isso também.
No primeiro dia em que entreguei o meu primeiro filho, o Paulo, à enfermeira do berçário do jornal onde eu trabalhava, tive a sensação de ter sido atropelada por um caminhão. Fiquei arrasada.
Foi muito difícil para mim, muito mesmo, me separar do meu filho tão pequeno. Ainda mais eu, que sempre padeci da síndrome da supermãe. Nunca superei, na verdade, a culpa de não ter passado as 24 horas do dia olhando para a carinha dos dois. Mesmo depois que cresceram. Toda vez que o telefone tocava na minha mesa, na redação, meu coração dava um pulo.

"Será que está tudo bem lá em casa?" Não, nem sempre estava... Uma hora era o Paulo que ligava, nervosíssimo, dizendo que o Pedro tinha jogado TODOS os brinquedos dele pela janela e que ele ia matar o irmão. "Põe o Pedro no telefone", eu pedia.
Lá vinha o outro, aos prantos, reclamando que o irmão estava esganando ele. Pior foi o dia em que a vizinha me ligou, com um fio de voz, para dizer que estava vendo, da sua janela, "os meninos" andando no beiral do prédio, lá em cima, na cobertura, 14º- andar. Eu peguei a bolsa e saí feito uma louca para casa, rezando no caminho. Mas o final da "tragédia" foi feliz: "os meninos" estavam inteiros. E no térreo.
Quando a gente trabalha fora, o que mais desgasta é ter de se dividir em duas: cumprir as obrigações profissionais e monitorar a casa e os filhos a distância, ou pelo telefone. Claro, a gente acostuma, mas que é doído, é. Certos dias eu tinha vontade de mandar tudo às favas – salário, carreira – e ficar em casa, ao lado deles, principalmente quando adoeciam. Só agora, com os "meninos" crescidos – um tem 16, o outro 21 –, é que posso dizer, do fundo do coração, que tenho o maior prazer em trabalhar. É uma sensação maravilhosa que, tenho certeza, você também vai experimentar um dia. Até lá, só o que posso lhe dizer é: Agüente firme!
Abraço carinhoso, Vera Magyar
Editora-chefe

terça-feira, 13 de março de 2012

vozice

Tô na fase da pré-vozice. Por enquanto, só a notícia. A primeira: estamos grávidos! A segunda: são dois! As pernas tremeram num primeiro momento.  A voz do filho pelo telefone, sempre tão forte (aquele OI de boca cheia quando atendo ) saiu travada. Depois a informação de que estavam no hospital. Os cabelinhos da nuca eriçaram. Não sem motivo. Já haviam passado, dias atrás, por um susto. Mas sem consequências mais graves. No segundo ultrassom, a descoberta: são dois bebês!!!
Difícil descrever o que senti. Alegria, claro! Euforia também. Crianças são o encanto das nossas vidas. Tudo de bom misturado com aquele ancestral temor de pais: será que darão conta? Do que vão precisar? Será que vou estar firme para poder ajudar no que for preciso? Terei tempo para isso?
Perguntas, perguntas, perguntas. As respostas só virão com o tempo. Por enquanto fica a maravilhosa certeza de que uma parte da minha missão nesta vida está cumprida. Meu filho será pai. E descobrirá, ao longo do tempo, o quanto essa experiência é avassaladoramente única. E maravilhosa.
Bem-vindos ao planeta meus netinhos queridos!

dá-lhe, saramago!

segunda-feira, 5 de março de 2012

receita de felicidade. Qual é a sua? A minha eu já descobri

um lugar de céu escancarado

uma fonte para os passarinhos beberem água
um jardim
uma amigona na janela para te receber
e um mestre iluminado para te orientar


sexta-feira, 2 de março de 2012

reflexão

"Por um bom tempo, comi o pão que o diabo amassou. É assustador como uma separação pode se parecer com a morte. Quando se tem filhos essa sensação de perda se acentua. Em seu livro O Evangelho Segundo Jesus Cristo, o escritor José Saramago fala de uma tal “dor sem remédio”. Deve ser essa. Alguém morrera. Provavelmente o menino dentro de mim que, no fundo, sonhava ter uma família duradoura e feliz.
Duvido que meu casamento tivesse resistido. Mas me arrependo até hoje de ter tratado seu desfecho com desdém. Não dei ouvidos ao menino que pedia que eu lutasse mais. Como sofria com seu chorinho, sufoquei-o, para abreviar minha aflição. Um comportamento tolo e pueril – que, à época, eu simplesmente não conseguia enxergar. Só depois, com as lições maravilhosamente simples que o tempo nos dá. Como esta: filhos são sagrados!


(Trecho de meu livro Coração de Pai - Histórias sobre a arte de criar filhos)

Pense muito bem antes de dizer adeus à própria família.

pois é....