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Quem sou eu? Ainda não sei. Tô tentando descobrir. SE descobrir, aviso.

quarta-feira, 28 de março de 2012

nos tempos de redação 1

Editorial
Claro que é doído deixar o filho para ir trabalhar. Mas a gente aprende a conviver com isso também.
No primeiro dia em que entreguei o meu primeiro filho, o Paulo, à enfermeira do berçário do jornal onde eu trabalhava, tive a sensação de ter sido atropelada por um caminhão. Fiquei arrasada.
Foi muito difícil para mim, muito mesmo, me separar do meu filho tão pequeno. Ainda mais eu, que sempre padeci da síndrome da supermãe. Nunca superei, na verdade, a culpa de não ter passado as 24 horas do dia olhando para a carinha dos dois. Mesmo depois que cresceram. Toda vez que o telefone tocava na minha mesa, na redação, meu coração dava um pulo.

"Será que está tudo bem lá em casa?" Não, nem sempre estava... Uma hora era o Paulo que ligava, nervosíssimo, dizendo que o Pedro tinha jogado TODOS os brinquedos dele pela janela e que ele ia matar o irmão. "Põe o Pedro no telefone", eu pedia.
Lá vinha o outro, aos prantos, reclamando que o irmão estava esganando ele. Pior foi o dia em que a vizinha me ligou, com um fio de voz, para dizer que estava vendo, da sua janela, "os meninos" andando no beiral do prédio, lá em cima, na cobertura, 14º- andar. Eu peguei a bolsa e saí feito uma louca para casa, rezando no caminho. Mas o final da "tragédia" foi feliz: "os meninos" estavam inteiros. E no térreo.
Quando a gente trabalha fora, o que mais desgasta é ter de se dividir em duas: cumprir as obrigações profissionais e monitorar a casa e os filhos a distância, ou pelo telefone. Claro, a gente acostuma, mas que é doído, é. Certos dias eu tinha vontade de mandar tudo às favas – salário, carreira – e ficar em casa, ao lado deles, principalmente quando adoeciam. Só agora, com os "meninos" crescidos – um tem 16, o outro 21 –, é que posso dizer, do fundo do coração, que tenho o maior prazer em trabalhar. É uma sensação maravilhosa que, tenho certeza, você também vai experimentar um dia. Até lá, só o que posso lhe dizer é: Agüente firme!
Abraço carinhoso, Vera Magyar
Editora-chefe

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